Polícia Federal no jogo: investigações sobre casas de apostas ilegais e influenciadores pode ter pedido de federalização
O diretor-geral confirma indícios de transações interestaduais e internacionais, ressaltando a “real possibilidade” de atuação no caso.
A Polícia Federal está concluindo uma série de coletas de dados para fundamentar um pedido de federalização de algumas investigações relacionadas a casas de apostas ilegais e influenciadores, incluindo Deolane Bezerra e Gusttavo Lima. A informação foi divulgada pelo Bloga da Daniela Lima, no g1.
Conforme o blog, o diretor-geral da PF, Andrei Passos, confirmou que existem indícios do uso de sistemas interestaduais para desvio e lavagem de dinheiro, o que justificaria a atuação da Polícia Federal no caso.
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De acordo com o diretor-geral da PF, há também diversos dados que apontam para lavagem de dinheiro utilizando sistemas internacionais.
“Nossa equipe terá reunião com o Bacen (Banco Central), mas há indicativos de conexão com o exterior, e notória interestadualidade. Assim, a possibilidade de investigarmos é real. Já estamos fazendo pesquisas e levantamentos preliminares”, afirmou Andrei.
Entenda o caso
Todo o caso começou com uma investigação que nasceu em Pernambuco, onde a Polícia Civil deflagrou a Operação Integration, que no dia 4 de setembro cumpriu 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em cinco estados. Na época, a operação resultou na prisão da empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra acusada de envolvimento em prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.
Já o cantor Gusttavo Lima teve a prisão preventiva decretada pelo TJPE, no dia 23 de setembro. O mandado foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, que citou a “conivência” do artista com foragidos da Operação Integration.
A juíza afirmou que o cantor teria dado “guarida” ao casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócios da casa de apostas VaideBet, que tem Gusttavo Lima como embaixador, por conta de uma viagem que o artista transportou os investigados da Operação Integration até a Grécia em sua aeronave particular.
No dia 24, a prisão preventiva do cantor foi revogada Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). A decisão foi do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, o qual é o relator do caso. O magistrado também decidiu por acatar um pedido de habeas corpus da defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da operadora de apostas Esportes da Sorte, que também havia sido preso na operação e está entre os investigados.
Assim, o habeas corpus possibilitou a saída de Darwin da cadeia, da influenciadora Deolane Bezerra e de outros 16 investigados de envolvimento no caso.