Caso Gusttavo Lima: justiça revoga ordem de prisão do cantor e concede habeas corpus a suspeitos de envolvimento com jogos ilegais

A ordem de prisão do cantor não chegou a ser cumprida porque ele está fora do país.
A ordem de prisão do cantor não chegou a ser cumprida porque ele está fora do país.

As decisões foram tomadas pelo desembargador que é o relator do caso.

Pernambuco.- A prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima, por suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais, foi revogada Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), nesta terça-feira (24). O músico, que é um dos alvos da Operação Integration, não tinha chegado a ser preso porque está em Miami, nos Estados Unidos.

De acordo com o g1, a decisão foi do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, que é o relator do caso. O magistrado decidiu também por acatar um pedido de habeas corpus da defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da operadora de apostas Esportes da Sorte, que também é investigado.

O habeas corpus possibilitou a saída de Darwin da cadeia, da influenciadora Deolane Bezerra e de outros 16 investigados de envolvimento no caso.

A ordem de prisão de Gusttavo Lima foi expedida pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife (PE), na segunda-feira (23), que argumentou que o cantor teria dado “guarida” ao casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócios da casa de apostas VaideBet, que tem Gusttavo Lima como embaixador e proprietário de 25%, para que os suspeitos fossem para a Grécia.

Segundo o g1, o desembargador Eduardo Guilliod argumentou que não há indícios de que o cantor estivesse dando guarida a fugitivos e que as justificativas para a ordem de prisão foram “meras ilações impróprias e considerações genéricas”.

Entenda o caso

Gusttavo Lima está sendo investigado na mesma operação que prendeu a influenciadora digital Deolane Bezerra. Os dois são acusados de estarem envolvidos em um suposto esquema de lavagem de dinheiro relacionado a jogos ilegais online.

Deolane foi detida em 4 de setembro, quando a operação foi deflagrada. Originalmente ela ficaria em prisão domiciliar, mas a justiça revogou a prisão domiciliar por ela ter descumprido a determinação de não se manifestar sobre o processo e falar publicamente sobre o caso.

O CEO do Grupo Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, e a esposa Maria Eduarda Filizola também são investigados. O casal se entregou à polícia no dia 5 de setembro, após a operação ser deflagrada. Na época das prisões, a defesa do casal informou que “todos os questionamentos da polícia foram devidamente respondidos e as dúvidas sobre as atividades da empresa Esportes da Sorte foram sanadas, demonstrando-se a regularidade e a legalidade das atividades profissionais”.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o suposto esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais movimentou cerca de R$ 3 bilhões (USD 600 milhões). Esses valores teriam sido movimentados de janeiro de 2019 a maio de 2023.

Durante o cumprimento dos mandados da Operação Integration, a Polícia Civil de Pernambuco apreendeu dois helicópteros, um avião, que pertencia ao cantor Gusttavo Lima, carros de luxo, incluindo um na mansão de Deolane Bezerra, embarcações, imóveis, joias, relógios e bolsas de luxo e notas de dinheiro em euro e dólar.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) anunciou que optou por solicitar novas diligências nas investigações da Operação Integration. O órgão também recomendou a substituição das prisões preventivas por “outras medidas cautelares”.

O MPPE divulgou uma nota na sexta-feira (20), dois dias após a Polícia Civil finalizar o inquérito e enviar o relatório das investigações. O caso está sob análise da 25ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Veja também: Operação Integration: MPPE solicitou novas diligências no caso que levou às prisões de Deolane Bezerra e dono da Esportes da Sorte

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