Legalização de cassinos e jogo do bicho: votação da proposta é adiada para 2025
Parlamentares terão 30 dias para recolher informações antes do texto voltar ao Plenário do Senado.
Brasília.- O Senado Federal adiou a votação do Projeto de Lei 2234/22, que visa a legalização de cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalo no Brasil. O pleito, que estava previsto para esta quarta-feira (4), só deve acontecer no mês de janeiro de 2025. O senador Irajá Abreu (PSD-TO), que foi escolhido para ser o relator do projeto, solicitou a prorrogação da apreciação da pauta e foi atendido pelo presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O motivo para Irajá solicitar o adiamento da votação foi o clima pouco favorável para a aprovação da matéria, com senadores da oposição e até do governo pedindo para a proposta ser retirada da pauta do dia. Antes disso, foram aprovados requerimentos para obtenção de informações de órgãos governamentais sobre projeções do impacto dos jogos na saúde mental dos apostadores e da capacidade de tratamento dessas pessoas na rede pública.
Essas informações devem ser obtidas em 30 dias pela próxima mesa diretora da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O relator do projeto lamentou a prorrogação da votação. “Nós estamos vivendo um grande dilema no Brasil. Há quem defenda a manutenção dos jogos de azar controlados e dominados pelo crime organizado no país e outros, como eu, que defendem os jogos responsáveis no país, controlado pelo poder público, que é fiscalizado e que também se possa arrecadar impostos e punir quem cometa crimes”, declarou Irajá.
Os apoiadores da liberação de cassinos, bingos e outros jogam argumentam que a aprovação do projeto vai gerar bilhões de reais em arrecadação de impostos, além da geração de milhões de empregos diretos e indiretos.
Já os opositores, como a Frente Parlamentar Evangélica, que é formada por 22 dos 81 senadores, argumentam que a liberação dos jogos vai aumentar o vício. O presidente da bancada evangélica, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou, na última segunda-feira (2), que ele e outros parlamentares do grupo estão determinados a tomar todas as medidas possíveis para atrasar a votação do projeto. A declaração foi dada ao jornal O Fator.
“Nós vamos nos posicionar contra, pela Frente Parlamentar Evangélica” afirmou Viana. “E vamos usar de tudo o que for possível do regimento para atrasar essa votação e chamar a atenção da população sobre o desastre que vai ser a aprovação do jogo no nosso país”, acrescentou.
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