Entenda a “cruzada” da bancada evangélica do Senado contra a legalização dos jogos de azar

Bancada evangélica se posiciona contra a legalização de cassinos no Brasil. (Foto: Jonas Pereira/Agência-Senado)
Bancada evangélica se posiciona contra a legalização de cassinos no Brasil. (Foto: Jonas Pereira/Agência-Senado)

Projeto de Lei 2234/22 visa a legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho no Brasil.

Brasília.- Ainda sem previsão de ir ao plenário do Senado, parlamentares da Bancada Evangélica já discutem ações contrárias ao Projeto de Lei 2234/22, que visa a legalização de cassinosbingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalo no Brasil. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em junho, e desde então o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não definiu uma data para votar a pauta.

Segundo o que publicou o site Comunhão, um dos líderes da Bancada Evangélica, o senador Magno Malta (PL-ES), um dos líderes desse grupo, está articulando com outros parlamentares religiosos para tentar barrar a aprovação definitiva do Projeto de Lei.

“Sou firmemente contrário à legalização dos jogos de azar no Brasil, pois isso acarretaria consequências sociais e econômicas negativas, como o aumento da criminalidade, a exploração dos mais vulneráveis e os riscos de vício, entre outros”, declarou Malta. “Nosso país não pode se tornar um paraíso da contravenção”, complementou.

O presidente do Segundo tem evitado formalizar uma data para votação do projeto de legalização dos jogos de azar alegando a complexidade do tema. “Devemos avaliar cuidadosamente eventuais benefícios, como geração de empregos e receitas para o Estado brasileiro, mas também os riscos e desafios, incluindo prevenção da lavagem de dinheiro e combate ao crime organizado, além do problema social e de saúde pública relativo à ludopatia [vício em jogos]”, declarou Rodrigo Pacheco.

Pacheco afirmou ainda que não há necessidade que a proposição passe por novas comissões. O senador Irajá Abreu (PSD-TO), que foi o relator do projeto na CCJ, recebeu novamente a função de relator, dessa vez para a votação no Plenário.

Irajá, em diversas oportunidades tem reiterado o potencial de arrecadação dos jogos de azar, estipulando uma arrecadação de mais de R$ 20 bilhões ao ano. O ministro do Turismo, Celso Sabino, também é um dos defensores da aprovação do Projeto de Lei 2234/22. Na visão de Sabino, a liberação dessas atividades, principalmente dos cassinos, é uma chance de produzir novos polos turísticos no Brasil.

Veja também: Cassinos no Brasil: ministro defende legalização para desenvolver novos polos turísticos

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