Levantamento sobre vício em bets: Ministra da Saúde anuncia pesquisa do IBGE em 2025
Instituto vai acrescentar perguntas relacionadas ao vício em jogos na pesquisa sobre saúde do ano que vem.
Brasília.- A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou de uma audiência pública conjunta das Comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, nesta quarta-feira (11). Ela declarou na reunião que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai acrescentar perguntas relacionadas ao vício em jogos na pesquisa sobre saúde de 2025.
De acordo com a Agência Senado, a ministra afirmou que se preocupa com o impacto da dependência em jogos de azar na saúde mental e financeira das famílias. Nísia acrescentou que o Departamento de Saúde Mental do ministério está estudando esses impactos.
“Eu comparo muito essa situação com o caso dos cigarros eletrônicos. Eu defendo que a gente faça uma campanha sistemática para convencer que bets fazem mal à saúde”, disse Trindade. O presidente da CAS, o senador Humberto Costa (PT-PE), complementou a fala da ministra: “A gente sabe dos danos econômicos, sociais e à saúde pública e estamos tendo um tipo de ludopatia que causa danos graves. A tendência é que se aumentem os casos de gente que se suicidou, inclusive, o que é extremamente preocupante”, falou Costa.
Ministério da Igualdade Racial está preocupado com o impacto das bets na vida da população negra
O Ministério da Igualdade Racial expressou preocupação com o impacto das apostas online na audiência pública do STF sobre os impactos sociais das bets, no mês de novembro. Segundo o ministério, uma média de R$ 3 bilhões (USD 517,5) provenientes do Bolsa Família foram movimentados via Pix em agosto, o que pode indicar um impacto econômico significativo entre os cidadãos mais vulneráveis.
De acordo com a Agência Brasil, a secretária-executiva adjunta do ministério, Ana Mírian Carvalho, ressaltou esse dado durante a audiência.
“Dados do Ministério do Desenvolvimento Social indicaram que a maioria das pessoas beneficiárias do Bolsa Família, 39,5 milhões de pessoas, 72,8% do total, se declararam como pretas ou pardas no cadastro único. Segundo a síntese de indicadores sociais do IBGE, pessoas pretas e pardas são mais de 70% dos pobres e extremamente pobres no país. Esses dados revelam o impacto e consequências negativas das apostas na vida da população mais pobre no Brasil, majoritariamente pessoas negras”, afirmou Ana Mírian.
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