Pesquisa aponta que apenas 15% das bets terão condições de operar após regulamentação
De acordo com estudo, nem todas as empresas de apostas que atuam no Brasil terão condições financeiras de se adequar as normas e taxações impostas pela regularização do setor.
A regulamentação das apostas esportivas no Brasil provavelmente terá efeitos sobre as operações das casas de apostas, conhecidas como “bets”. No país, existem aproximadamente 500 dessas empresas, mas de acordo com uma pesquisa realizada pela Hand, apenas cerca de 15% delas terão recursos financeiros suficientes para manter suas operações.
“Estimamos que cerca de 15% das empresas atuais terão a capacidade financeira para se adequar a essa nova realidade regulatória”, explicou José Venâncio, um dos sócios da Hand, uma empresa de consultoria independente e especializada em auxiliar na compra, venda e gestão de empresas.
Ainda de acordo com Venâncio, é importante ressaltar que o mercado global de apostas está experimentando um crescimento de cerca de 10% anualmente, enquanto o mercado brasileiro apresenta um notável aumento de mais de 90% durante o mesmo período.
“Isso nos leva a crer que, em um futuro próximo, o mercado de apostas no Brasil poderá representar até um quinto do faturamento mundial”, projeta.
Dentro desse contexto, as empresas que não dispõem da infraestrutura e dos recursos financeiros essenciais para se adequar à regulamentação provavelmente serão incorporadas por outras. A Hand acredita que esse processo contribuirá para a solidificação e amadurecimento do mercado de apostas no Brasil.
O texto do Projeto de Lei sobre a regulamentação das casas de apostas pode ser entrgue ainda nesta semana pelo deputado Adolfo Viana (PSDB-BA), relator do PL. No entanto, ainda persistem incertezas em relação à taxa a ser aplicada aos apostadores e às empresas. A equipe econômica quer manter a taxa das empresas em cerca de 18%, mas há pressão de parlamentares para reduzi-la para 8%, enquanto alguns sugerem um compromisso em torno de 12 a 14%.