Para presidente da Abaesp, a alta taxação das apostas pode levar público para irregularidade

Comissão do Senado discutiu as apostas esportivas e manipulações de resultados. (Imagem: Reprodução/TV Senado)
Comissão do Senado discutiu as apostas esportivas e manipulações de resultados. (Imagem: Reprodução/TV Senado)

Em depoimento no Senado, representante da Abaesp declarou que receia que Brasil cometa os mesmos exemplos dos erros de Portugal na hora da regulamentação do setor.

O presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp), Rodrigo Alves, participou da audiência sobre apostas esportivas na Comissão do Esporte no Senado, nesta quarta-feira (20). O dirigente questionou a taxação para as empresas e jogadores. O dirigente ainda demonstrou preocupação de que, com a forma que a lei foi projetada, acabe fazendo as pessoas procurarem mercados irregulares.

“Houve um equívoco ao equiparar o setor à loteria. É uma categoria própria e deveria ser tratada de forma individualizada. 30% de imposto sobre o prêmio dificilmente canalizará o apostador para o mercado regulado. A atividade deveria ser tratada de maneira individualizada para garantir um futuro promissor do segmento no Brasil”, declarou Alves.

Segundo o presidente da Abaesp, as apostas esportivas já existem no Brasil há mais de 15 anos, mas só foram legalizadas 2018. “Hoje somos um ecossistema com milhões de apostadores e estamos muito preocupados com a forma como a atividade vem sendo tratada. Acompanhamos em 2015 a regulamentação do setor em Portugal e muitos erros cometidos na ocasião levaram os apostadores portugueses a buscar o mercado ilegal”, afirmou.

“A tributação do operador em 18% sobre o GGR, que ultrapassará os 35% com os demais impostos, além do prazo de operação de apenas três anos com uma outorga de R$ 30 milhões, torna a operação muito custosa e arriscada. Da forma como está a regulamentação, o projeto vai tirar do mercado operadores menores e os que estão começando suas atividades no Brasil”, declarou Rodrigo Alves..

O representante da Abaesp receia que a tributação de 30% para o apostador que lucre acima do que diz na lei, seja muito pesada. “Quando o apostador vir que terá a redução de 30% de seus ganhos acima do patamar definido na lei, ele poderá migrar para o mercado cinza”, disse.

Outro erro apontado por Alves é a lei ter colocado apostas e cassino online no mesmo patamar. “A inclusão de jogos de cassino no mesmo projeto também foi um erro. Apoiamos todas as verticais de jogos, mas o cassino online também não cabe na modalidade de aposta de quota fixa“, finalizou.

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