Na CPI, Dudena diz que implementará campanha de conscientização sobre apostas
Secretário de Prêmios e Apostas foi ouvido na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas.
Brasília.- O titular da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda, Regis Dudena foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado Federal, nesta terça-feira (3). O convite ao secretário foi feito pelos parlamentares com o intuito de discutir o vício em jogos de azar e o endividamento excessivo.
De acordo com a Agência Senado, durante a sessão, ao ser questionado sobre esses temas pelos senadores, Dudena afirmou que a secretaria pretende lançar ainda este ano uma campanha de conscientização sobre o jogo responsável e que as empresas de apostas certificadas também deverão fazer o mesmo.
“É uma demanda direta do ministro Fernando Haddad. Estamos trabalhando nos primeiros passos dessa campanha para que a população entenda que apostar é um mero entretenimento e que potencialmente as pessoas vão perder dinheiro”, disse o secretário.
“Nós impusemos a todos aqueles agentes que quiserem vir atuar no Brasil, impusemos regras específicas para conhecer os seus apostadores, para monitorar os seus apostadores, para impor alertas nos casos de abuso dos jogos, para impor restrições de tempo e para, no limite, criar bloqueios para esses apostadores”, complementou Dudena.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE), que já declarou ser contrário à legalização dos jogos, comparou o vício em apostas com uma epidemia de saúde pública. “A gente tem visto uma tragédia humana sem precedentes, o que está acontecendo no Brasil com essas apostas. Nós estamos vendo a ponta do iceberg disso, o endividamento coletivo”, declarou Girão.
Ainda segundo a Agência Senado, o presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp), Rodrigo Alves, também participou do debate e ao mesmo tempo que defendeu o direito dos brasileiros em apostar, demonstrou preocupação com o vício. “Casos de endividamento, de problemas chegam constantemente para nós. Somos totalmente sensíveis e concordamos que muitos hoje estão passando dos limites, nem conhecem seus próprios limites, e, em boa parte, é pela publicidade um pouco desenfreada. Nós acreditamos muito numa regulamentação, porque não existe o não jogo”, disse.
Veja também: CPI ouvirá Fazenda e Abaesp sobre transações e combate a operações suspeitas em apostas esportivas