Hazenclever Lopes Cançado, presidente da Loterj: “A Loterj é altamente atrativa para os players”
Em entrevista exclusiva, presidente da Loterj fala sobre o trabalho na autarquia, defende a regulamentação dos jogos de azar no país e esclarece sobre os projetos sociais apoiados pela loteria.
Entrevista exclusiva.- O Focus Gaming News Brasil entrevistou Hazenclever Lopes Cançado, presidente da Loteria do Rio de Janeiro (Loterj), que cordialmente aceitou conversar conosco sobre como tem sido a experiência de estar à frente de uma instituição desse porte, o cenário nacional para os jogos de azar e os projetos sociais apoiados pela loteria.
Na visão do dirigente, tem sido um ano vitorioso à frente da Loterj porque, além de outros avanços, foi o primeiro estado a abrir edital para licenças esportivas para empresas com sede no Brasil. Puderam participar casas de apostas de outros estados, inclusive, ampliando a concorrência entre as operadoras.
“Se as empresas de apostas fossem obrigadas a abrir um escritório no Rio de Janeiro, só iria aumentar a burocracia, que atrasaria ou enfraqueceria a concorrência. Não é a sede que vai trazer algum prejuízo operacional para as apostas”, explicou Hazenclever.
Para o presidente da instituição, a Loterj é altamente atrativa para os players por essa razão e também pelos valores de outorga da licença e da taxação do gross gaming revenue (GGR ou “receita bruta de jogos”), que é o lucro das empresas obtidas com todos os jogos, excluindo a premiação dos apostadores.
“Enquanto a outorga proposta pelo governo federal é de R$ 30 milhões, a da Loteria do Rio é de R$ 5 milhões. A tributação nacional, sobre o GGR, seria de 18%, só que somado a outros impostos, poderia chegar a 30%. Já a tributação da Loterj é de 5% sobre o GGR. Isso a gente buscou sem prejuízo para o erário”, explicou.
“Ficou atrativo para as casas de apostas, conseguimos atrair as melhores do setor para o estado do Rio de Janeiro. O estado mostrou que é possível regulamentar, gerando emprego, impostos e arrecadação de forma segura”, complementou.
As empresas que participaram da seleção pela licença da Loterj já vão poder operar em breve, porém outras modalidades de jogo, como os cassinos e bingos ainda aguardam a liberação do governo, já que a proposta está parada no Senado Federal. “Enquanto o governo não regulariza, temos uma quantidade incontável de jogos irregulares, sem segurança para o apostador e sem gerar nenhum recurso para a União”, acrescentou Hazenclever.
O presidente da autarquia afirmou ainda ser favorável a regulamentação de outras formas de jogo no país. “O jogo é parte da cultura do brasileiro, tem bingo até nas quermesses da igreja. O que não pode é, por conta de um conservadorismo exagerado, impedir o país de arrecadar com isso e aumentar a ilegalidade. Por que ao invés de ser o país da jogatina ilegal, nós não passamos a ser o país do entretenimento legal?”, questionou.
Segundo o dirigente, os sites mais procurados no Brasil atualmente são os de apostas. Os brasileiros estão, junto com os ingleses, entre os que mais se interessam por apostas no mundo. “As empresas já operam no país, então que elas paguem impostos também. Já que a gente paga imposto sobre tudo que a gente consome, todos os produtos, por que não nos jogos que a gente joga? Temos mais celulares habilitados do que habitantes no país, por que não transformar isso em ferramentas de entretenimento e geração de renda e de imposto?”, destacou Hazenclaver.
Um dos aspectos mais interessantes do trabalho da Loterj, segundo o presidente, é a capacidade que eles têm de mudar a vida das pessoas, tanto com as premiações que são altas e ajudam os jogadores a realizar sonhos como também com projetos sociais que a autarquia apoia.
Entre as iniciativas da autarquia está o programa Casa Abrigo Lar da Mulher, que há mais de 15 anos acolhe mulheres em situação de perigo extremo, vítimas de violência doméstica, assim como seus filhos. Outro programa de impacto social é o Surf Praia Para Todos, que proporciona aulas de surf gratuitas para pessoas com deficiência, idosos e mulheres jovens em situação de vulnerabilidade.
“Ao longo dos anos, a Loterj já investiu em mais de 300 instituições sociais. A loterj, por lei, tem que investir, no mínimo, 70% de seu lucro anual em ações sociais, só que isso não é uma coisa que a gente faz só pela obrigação, é algo que fazemos de coração, é parte da nossa missão”, concluiu Hazenclever.
Veja a entrevista completa com Hazenclever Lopes Cançado no canal da Focus Gaming News no YouTube. Não se esqueça de se inscrever e curtir o vídeo.