Google e Apple Store: aplicativos de bets ficarão disponíveis a partir de janeiro

Apenas as empresas regularizadas poderão disponibilizar apps para download.
Apenas as empresas regularizadas poderão disponibilizar apps para download.

As ferramentas terão reconhecimento facial.

A partir de 1º de janeiro de 2025, o mercado de apostas esportivas do Brasil passa a operar de forma regulamentada. Além das questões legais, essa mudança proporcionará outras alterações como a permissão para as plataformas de iGaming disponibilizarem aplicativos para celulares. Os usuários poderão procurar essas ferramentas em lojas de apps, como Google Play Store e Apple Store.

De acordo com o que publicou o Exame, os aplicativos são exclusivos das empresas que conseguiram a certificação federal para operar legalmente no país. Sobre a liberação do download desses apps, Bernardo Cavalcanti Freire, sócio-fundador da BetLaw, comentou: “Serão mecanismos importantes para assegurar o jogo responsável, inclusive no tocante ao reconhecimento facial”.

O mecanismo de reconhecimento facial será obrigatório para as plataformas legalizadas, segundo a legislação atual. O objetivo é evitar que menores de idade consigam acesso às plataformas de apostas. “A regulamentação a partir de 2025 permitirá que operemos dentro de um ambiente mais seguro, o que fortalecerá a confiança dos usuários e abrirá novas oportunidades de interação entre as empresas e os apostadores”, comentou Talita Lacerda, CEO da Bet7k, para o Exame.

“Isso amplia a confiança e a segurança associadas ao download direto de aplicativos de fontes globais confiáveis. Esse novo processo impactará diretamente a conveniência e a percepção que o usuário tem sobre o setor, aproximando as empresas de seus públicos e sinalizando um movimento de profissionalização e amadurecimento do mercado brasileiro”, complementa Lacerda.

“A possibilidade de personalizar a jornada do usuário se tornará mais ampla e detalhada com o acesso a dados, como hábitos de navegação e padrões de consumo no próprio ambiente do app. Poderemos oferecer conteúdos, promoções e opções de jogos adaptados a cada perfil de apostador, aumentando a fidelidade e o engajamento dos usuários”, finaliza a executiva.

O CTO da operadora HiperBet, Gabriel Lopes, também opinou sobre a liberação dos apps desse setor. “Aplicativos nativos trazem interações mais rápidas, uma experiência mais ajustada aos dispositivos móveis e abrem portas para inovações que antes eram difíceis de implementar em uma página web. É mais do que ter um app; é sobre entregar algo funcional e cômodo”, diz.

“Ao baixar um aplicativo diretamente de uma loja oficial, ele sabe que está acessando uma plataforma regulamentada, onde a segurança dos dados pessoais e financeiros é prioridade. Isso tira a barreira da desconfiança e faz toda diferença no engajamento”, acrescentou Lopes.

Além da disponibilidade dos apps das plataformas em sua loja, o Google anunciou que só exibirá em seus sites propagandas de empresas de apostas licenciadas pelo Ministério da Fazenda. “Essa medida apenas antecipa algo que o Google e todas as mídias deveriam fazer até janeiro. É um resultado prático da Portaria do mês de setembro”, disse José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados.

Ricardo Bianco Rosada, da brmkt.co, comentou sobre essa medida do conglomerado de tecnologia. “Com a apresentação dessa documentação, as empresas podiam anunciar no Google. Foi muito interessante para o mercado. É um movimento natural, que já ocorre em indústrias reguladas. O Google quer sempre estar com parceiros e anunciantes que estejam na linha e conformidade com a regulamentação e as leis locais. Isso vai dar segurança aos usuários que vão fazer uma busca no Google, de entregar um resultado de empresas que estão no caminho da regulamentação”, disse.

Feliphe Almeida, CTO da Luck.bet, também fez uma análise da contribuição dessas medidas para a indústria de jogos. “É uma novidade extremamente positiva para o setor. Com os aplicativos oficiais e licenciados, os apostadores terão a garantia de que estarão em um ambiente seguro, enquanto as empresas poderão trabalhar novas possibilidades de interação, explorando ainda mais a abordagem das apostas como entretenimento”, comentou.

Veja também: Adequação à lei das apostas: Google não receberá anúncios de operadoras que não se registraram

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