Como as eleições municipais no Brasil movimentaram mais de R$187 milhões em apostas

Como as eleições municipais no Brasil movimentaram mais de R$187 milhões em apostas

As apostas foram realizadas na plataforma Polymarket, que permite apostas de diversos tipos, incluindo esportivas e eleitorais, utilizando criptomoedas.

As eleições municipais em São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS) já movimentaram R$ 187 milhões (USD 34,1 milhões) na plataforma de apostas Polymarket, que aceita apostas em diversos tipos de eventos, incluindo eleições, utilizando criptomoedas.

Conforme publicação do site Diário do Poder, a disputa pela prefeitura de São Paulo gerou o maior volume de apostas, totalizando R$ 185,5 milhões (USD 33,8 milhões) até o primeiro turno, enquanto as apostas na corrida eleitoral de Porto Alegre somaram R$ 2 milhões (USD 361 mil) em um período de um mês e meio.

São Paulo

A chance de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo subiu para 84,5%, segundo o Polymarket, enquanto a probabilidade de Guilherme Boulos (Psol) vencer é de apenas 14%.

Após a eliminação de Marçal, US$ 14 milhões em apostas foram transferidos para o cenário “outro”, que possui menos de 1% de chance de ocorrer, uma vez que nada é 100% garantido​.

A Polymarket calcula chances de vitória dos candidatos segundo o volume de apostas que cada um recebe. Nunes lidera desde setembro.

Porto Alegre

O prefeito Sebastião Melo (MDB) tem 95,5% de chances de ser reeleito, prevê o Polymarket. Maria do Rosário (PT) tem só 4,5% de chances.

TSE define como crime eleitoral apostar nos resultados das eleições

Importante destacar que no Brasil é proibido fazer apostas nas eleições. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, no dia 17 de setembro, que é crime eleitoral fazer apostas nos resultados das eleições municipais de 2024. A falta de regulamentação específica para esse mercado e a preocupação de que esse tipo de aposta poderia influenciar a liberdade de voto dos eleitores são alguns dos motivos que levaram a pauta até a corte eleitoral.

De acordo com o que publicou o Estadão, outras razões para a determinação são que a corte considerou que essa prática pode se configurar como abuso de poder econômico e captação ilícitas de votos. A medida, segundo a presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia, teria o objetivo de garantir eleições seguras e transparentes.

Ministério da Fazenda, que é responsável pela regulamentação das apostas e jogos de cassino online no país, já havia declarado que, apesar dos resultados eleitorais serem eventos reais, eles não têm temática esportiva, logo não estariam dentro da legislação atual do setor.

Antes dos posicionamentos dos órgãos públicos, algumas das principais operadoras de apostas do país haviam aberto mercados para as eleições deste ano, mas com após a declaração do Ministério da Fazenda, parte das plataformas retiraram essa opção de apostas.

Veja também: Plataformas de jogos de azar retiram opções de apostas em resultados eleitorais

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