Analista prega cautela sobre o Brasil se tornar um mercado atraente para operadores
Paul Leyland, analista da Regulus Partners, espera que o governo mude alguns aspectos da legislação para que o mercado siga atraente para as empresas.
A aprovação da medida provisória das apostas esportivas abriu espaço para que várias operadoras dessa área possam atuar de forma regulada no Brasil. Porém, para Paul Leyland, analista da Regulus Partners, empresa de consultoria de jogos de azar, a alta tributação proposta pelo governo pode tornar o mercado brasileiro menos atraente.
“Parece cada vez mais provável que 2024 veja algum nível de atividade de jogo regulamentada, mas a suposição de que o Brasil será um mercado em crescimento atraente para muitos operadores é, na melhor das hipóteses, questionável”, afirma Leyland.
As projeções do governo federal é arrecadar cerca de US$ 400 milhões já em 2024 e entre US$ 1,5 a US$ 2 bilhões nos anos seguintes. Na visão do analista, essa meta não é inatingível, mas é bem mais difícil para que pequenas empresas cresçam.
“O problema é que a grande maioria das atuais operadoras voltadas para o Brasil não tem um caminho claro para o sucesso no mercado de massa. Portanto, continuamos alertando que, embora o mercado brasileiro provavelmente produza alguns vencedores fortes, eles provavelmente serão heróis locais”, explica Leyland.
Além disso, na visão do especialista, a longo prazo o Brasil precisa decidir o que fazer em relação aos outros tipos de jogos de azar, como o jogo do bicho, que apesar de serem ilegais, geram uma receita líquida de US$ 10 bilhões em todo o país.
“Deve ser a prioridade do governo canalizar isso para o fornecimento legal e tributado de jogos de azar, especialmente considerando que todas as tentativas anteriores de erradicar o jogo foram prejudicadas pela inércia, pela corrupção e pela popularidade subjacente do jogo, independentemente do decreto do governo”, complementou o analista da Regulus Partners.