Por que padre Júlio Lancellotti e Frei David estão processando empresas de apostas?

casos serão analisados pelo juiz Evandro Neiva de Amorim, da vara infantojuvenil do DF
casos serão analisados pelo juiz Evandro Neiva de Amorim, da vara infantojuvenil do DF

Ações solicitam uma indenização de até R$ 1,5 bilhão por danos morais causados a crianças e adolescentes.

Distrito Federal.- As organizações católicas Centro de Defesa de Direitos Humanos “Padre Ezequiel Ramin” e Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro Brasil), sob a liderança do Padre Júlio Lancellotti e Frei David, acionaram a Justiça contra diversas empresas de jogos de azar e apostas online, chamadas de bets.

Conforme reportagem do Metrópoles, as ações foram protocoladas no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) em dezembro de 2024, solicitando uma indenização de até R$ 1,5 bilhão (USD 300 milhões) por danos morais causados a crianças e adolescentes.

Os valores solicitados devem ser destinados a um fundo para apoiar todas as vítimas de danos morais e materiais, especialmente crianças e adolescentes que acessaram as plataformas de jogos, mesmo que de forma indireta, através de terceiros.

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A ação alega que uma das estratégias das empresas para gerar lucro é atrair menores de idade para um ambiente de jogos de azar.

“São frequentes os relatos de adolescentes usando programas como o Pé-de-Meia para fazer apostas on-line e perder a renda, se endividar”, disse Frei David em entrevista. “A vítima desse esquema é o pobre e a criança”, afirmou.

A ação começou em São Paulo, mas as entidades decidiram movê-la no Distrito Federal por uma questão estratégica, buscando proximidade com outros órgãos, como o Congresso Nacional, que devem ser envolvidos no debate público.

“É uma demanda judicial que esperamos que aprofunde o nível do debate público sobre o tema”, destacou. “Esperamos maior celeridade do Judiciário em relação ao tema. Já são meses desde o ajuizamento e as lesões para crianças e adolescentes são permanentes”, concluiu.

Os casos serão analisados pelo juiz Evandro Neiva de Amorim, da vara infantojuvenil do DF.

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