Pesquisa da Datahub indica que setor de apostas cresceu 734% desde 2021
Só nos primeiros quatro meses de 2024, foram criadas a mesma quantidade de operadoras que todo o ano de 2022.
O setor de apostas esportivas e jogos online teve um crescimento de 734,6% entre janeiro de 2021 e abril de 2024, foi o que concluiu uma pesquisa da empresa de análise de dados Datahub. O levantamento foi publicado pela CNN.
Segundo a Datahub, no Brasil, existiam 26 empresas de apostas em 2021. No ano seguinte, o país terminou o período com 79 operadoras, um crescimento de 203%. Já, apenas nos quatro primeiros meses de 2024, foram criadas mais 79 empresas de iGaming.
“A grande virada do setor vem com a regulamentação. Agora que o jogo está ‘combinado’, alinhado com o governo e leis, ele tende a dar mais segurança para as empresas e consumidores e tende naturalmente a crescer. Um mercado mais maduro acaba quebrando o gelo com os desconfiados e, ao trazer segurança para os usuários, deve trazer mais empresas”, declarou à CNN, Felipe Mesquita, executivo de contas da Datahub.
A pesquisa indicou ainda que a regulamentação influenciou na procura de empresas estrangeiras pela entrada no mercado brasileiro. No ano de 2023, por exemplo, duas companhias de fora começaram a atuar no país, já em 2024, com a publicação da Lei das Apostas Esportivas, foram cinco empresas de outros países que buscaram operar no Brasil.
“Embora modesto, esse aumento é significativo e indica um interesse crescente pelo mercado brasileiro, incentivado pela nova legislação que pode oferecer maior previsibilidade e segurança jurídica”, afirma um trecho do estudo.
Para Felipe Mesquita, a pandemia transformou a maneira como as pessoas se relacionam com a tecnologia e os jogos de azar. “A virada veio depois da pandemia, quando as pessoas pararam de interagir diretamente, o que deu espaço para os serviços de tecnologia. O setor de apostas teve um boom muito forte. A geração mais nova é muito conectada ao eletrônico, se deslocar para apostar nem passa pela cabeça”, disse.
“Antes o negócio era restrito às casas lotéricas. Agora há uma maior acessibilidade pelo smartphone”, complementa Jhon Macario, analista de marketing e pesquisa da Datahub. O executivo indica que essa prática mudou o perfil dos jogadores. Segundo o levantamento, 59,8% dos apostadores têm de 22 a 36 anos.
Mesquita declara ainda que, na visão dele, a progressiva estruturação do mercado deve promover o surgimento de mais casas de apostas esportivas. “Ainda tem muito espaço para novas empresas. O mercado cresceu, cresce e deve continuar crescendo”, finalizou o executivo.
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