Para advogado, prorrogação dá sobrevida à CPI-FUTE que já perdeu o foco
Para especialista em Direito Administrativo, a Comissão que apura a manipulação de resultados no futebol brasileiro saiu da proposta inicial para investigar empresas e pessoas sem relação com o tema.
No dia 13 de setembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), optou por estender por mais uma semana o período de funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a manipulação de resultados em partidas do futebol brasileiro. Porém, para o advogado Yohann Sade, especialista em Direito Administrativo, é apenas uma tentativa de dar sobrevida à Comissão.
“A prorrogação da CPI significa uma última tentativa de sobrevida à Comissão que, por perder o seu foco principal, acabou por debater temas e tentar investigar empresas e pessoas que sequer tinham relação com o objeto definido de seu ato de constituição”, avalia Sade, que é CEO da Sade & Gritz Advogados.
Na visão do advogado, as sessões da CPI até agora contribuíram pouco para que fossem propostas soluções para evitar os esquemas de manipulação de partidas. “Perdeu-se uma boa chance de efetivamente se investigar os incidentes de manipulação de resultados e de que fossem propostas medidas efetivas para sua prevenção, educação e repressão, em um verdadeiro sistema de integridade no esporte”, declarou Sade.
“Fatalmente, ao fim dos dias de prorrogação, nem todos os requerimentos já aprovados terão o seu devido cumprimento, o que prejudicará o andamento dos trabalhos e, consequentemente, o relatório que será elaborado ao final”, complementa.