“O Brasil está perdendo bilhões ao não legalizar os jogos”, argumenta o senador Irajá

Senador Irajá já deu seu parecer favorável ao projeto na CCJ. (Imagem: Reprodução/TV Senado/YouTube)
Senador Irajá já deu seu parecer favorável ao projeto na CCJ. (Imagem: Reprodução/TV Senado/YouTube)

Senador é o relator do projeto de lei que visa legalizar cassinos e outros jogos de azar.

Brasília.- Um dos temas mais debatidos no Congresso Nacional nas últimas semanas é o Projeto de Lei 2.234/22, que trata sobre a legalização de cassinos em resorts, bingosjogo do bichoapostas em corridas de cavalo, entre outros jogos de azar. O tema, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados, aguarda votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.

O relator do projeto é o senador Irajá Filho (PSD-TO). O legislador esteve no programa Argumento da TV Senado, na quinta-feira (25), e falou sobre essa proposta. De acordo com o relator, o projeto foi desenvolvido após quase cinco anos de pesquisa, em que ele teria visitado e conhecido modelos de cassinos em todo o mundo, incluindo Las Vegas, Europa e Singapura.

“Com essa pesquisa cheguei à conclusão que não é possível que o mundo inteiro esteja errado e só o Brasil esteja certo. De todos os países que compõe o G20, o grupo das principais economias do mundo, só o Brasil e a Indonésia ainda não regulamentaram os jogos“, disse o senador.

“Não dá para fingir que os jogos de azar não são uma realidade. Pelo celular, você pode jogar um cassino, que não está fisicamente no país, porque é ilegal, mas que está em outros países, gerando impostos, recursos e empregos em outros lugares e não aqui”, complementou.

Para Irajá, um dos aspectos mais importante do projeto de legalização dos cassinos é o possível crescimento do turismo. “O turismo é um grande potencial adormecido no Brasil. Recebemos só 6 milhões de turistas por ano. Nossa vizinha, a Argentina, recebe, por exemplo, 8 milhões de turistas por ano. Enquanto isso, 18 milhões de brasileiros viajam para outros países anualmente“, argumentou.

O senador deu exemplos de localidades onde a presença de cassinos apresentou transformações econômicas. “Singapura após aprovar o modelo de resorts com cassino integrado, em apenas dez anos, mais que dobrou o número de visitantes. Outro caso interessante é o de Las Vegas, que quando começaram os cassinos, há mais de 50 anos, o jogo representava 80% do faturamento, mas hoje ele representa cerca de 20% porque a maior parte do faturamento vem de lojas, teatros, shows e outros empreendimentos que fazem parte da cadeia cultural e de entretenimento daquela região”, disse.

O parlamentar explicou ainda que os resorts , por exemplo, geram riqueza para o país e impostos que podem ser revertidos para projetos de infraestrutura, programas de saúde, educação e outras áreas sociais. Além disso, há ainda a geração de empregos diretos e indiretos como argumento favorável ao projeto de lei.

“A projeção, com a regulamentação dessa atividades, segundo estudos, aponta a geração na ordem de 40 bilhões de dólares, mais de 200 bilhões de reais, além 200 mil empregos diretos. São grandes cifras, que vão ser revertidas a benefícios para a população”, comentou Irajá.

Por fim, o relator explicou que o projeto prevê que cada unidade da federação possa instalar um resort com cassino integrado. As exceções são os estados mais populosos, respectivamente, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, que vão poder ter mais de uma concessão federal de implementação de cassinos por conta da proporção populacional.

Veja também: Senado adia novamente votação do projeto de lei que legaliza cassinos e outros jogos de azar

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Cassinos no Brasil Indústria de jogos Jogos de azar Regulamentação do jogo