Ministério do Esporte identifica dezenas de youtubers que prometiam ganhos rápidos com apostas online
53 contas e 25 canais foram denunciadas ao Ministério da Justiça.
Brasília.- A Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte, ligada ao Ministério do Esporte, identificou influenciadores digitais que promovem transmissões, acompanhadas por mais de 100 mil pessoas, promovendo a ideia de ganho fácil com apostas online. No total, 53 contas e 25 canais no YouTube foram levadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
De acordo com o Ministério do Esporte, esses influencers prometem lucro fácil, mas não alertam sobre os cuidados que se deve ter ao apostar e nem sobre os riscos de vício. Ainda segundo os representantes do governo, esses youtubers usavam do prestígio que têm com os seguidores para promover supostas práticas fraudulentas.
Em entrevista para a Veja, o ministro do Esporte André Fufuca afirmou: “Estamos falando de milhares de brasileiros que, iludidos por promessas de ganho fácil, acabam sendo vítimas de fraudes. As apostas esportivas devem ser regulamentadas para garantir transparência e segurança à população. Nossa prioridade é proteger os brasileiros e assegurar a integridade do esporte”.
A secretaria ligada ao Esporte explicou ainda que as plataformas divulgadas pelos suspeitos recebiam o dinheiro dos apostadores, mas não pagam os prêmios. Após a arrecadação das apostas, as plataformas são desativadas e os donos das páginas somem com o dinheiro dos clientes.
“Esses sites se escondem atrás de plataformas de redes sociais para aplicar golpes. Eles iludem as pessoas por meio de influencers, prometendo ganhos rápidos e dinheiro para pagar contas, ir ao mercado, complementar a renda. Mas isso não é aposta; é crime contra a economia popular”, disse Giovanni Rocco Neto, secretário de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte.
Rocco já havia alertado sobre esse problema na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado, na sessão da quarta-feira (13).
“Com relação às redes sociais, a gente tem uma preocupação muito grande, principalmente em algumas lives que estão ocorrendo sem controle nenhum, levando as pessoas para o caminho do golpe. Se você digitar agora ‘Tigrinho ao vivo’, é assustador; 90% são sites que não têm pedido de regulamentação, que não têm nada”, disse Rocco Neto.