Estudo da IBIA e IBJR destaca os riscos sobre restrições nos mercados de apostas brasileiro

Restrições nos mercados de apostas podem resultar em perdas de receitas
Restrições nos mercados de apostas podem resultar em perdas de receitas

O impacto principal é sentido na integridade do esporte, na proteção do consumidor e nas receitas fiscais.

A International Betting Integrity Association (IBIA), a H2 Gambling Capital e o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) lançaram o estudo “Disponibilidade de produtos das apostas esportivas: uma análise econômica e de integridade” com dados inéditos sobre o mercado, destacando o cenário regulatório brasileiro como estudo de caso em meio às discussões sobre novas regras e taxação.

De acordo com o site BNLData, o estudo comparativo de mercado abrangeu países como Austrália, Brasil, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Reino Unido, Itália, Holanda, Ontário, Portugal, Espanha e Suécia. Os dados revelaram um crescimento significativo das apostas esportivas online nos últimos cinco anos, superando em mais de cinco vezes a taxa de crescimento das apostas feitas por operadoras físicas (22,7% vs. 4,3% CAGR). Além disso, apontou o Brasil como o quarto maior mercado global do setor atualmente.

A pesquisa indica que restrições nos produtos de apostas esportivas no Brasil teriam um impacto negativo no tamanho do mercado e na canalização onshore, com potencial desvio de cerca de US$ 18 bilhões por ano para operadoras offshore. Isso afetaria adversamente a proteção ao jogador e a integridade esportiva, pois as operadoras offshore têm padrões significativamente mais baixos, não estando sujeitas às regulamentações locais.

O estudo também ressalta uma preocupação significativa: um mercado altamente restritivo de apostas esportivas poderia resultar em uma perda de receita tributária de até US$ 1 bilhão para o governo brasileiro entre 2025 e 2028.

“Já está comprovado pelas experiências internacionais que restrições e proibições aos diferentes mercados das apostas esportivas, como escanteios, cartões amarelos, por exemplo, são grandes desafios para a arrecadação. Isso é algo que nos preocupa. Quando falamos sobre integridade do esporte, é preciso pensar para além da proibição de algumas categorias a fim de garantir a aplicabilidade de um entretenimento efetivo e seguro no Brasil”, enfatiza o diretor-presidente do IBJR, André Gelfi.

De acordo com a IBIA, as expectativas atuais em relação ao cenário brasileiro sugerem a implementação de um mercado liberal no país, prevendo uma alta taxa de canalização onshore e retornos fiscais de US$ 2,3 bilhões em ganhos brutos até 2025. A H2 Gambling Capital estima que essa abordagem poderia resultar em um volume de negócios de apostas esportivas de US$ 34 bilhões e ganhos brutos onshore de US$ 2,8 bilhões até 2028.

Segundo Khalid Ali, CEO da IBIA, o estudo reforça a visão de que as restrições em diferentes mercados de apostas são ineficazes e contraproducentes.

“Eles não impedem as apostas, apenas as conduzem aos mercados não regulamentados, onde surge a maioria dos problemas com a integridade esportiva. As conclusões são claras: se você deseja proteger os consumidores e os esportes dos corruptos, ao mesmo tempo em que maximiza as receitas fiscais, é essencial permitir uma ampla gama de produtos de apostas esportivas”.

David Henwood, Diretor da H2 Gambling Capital, acrescentou: “Sempre recorremos aos dados. Há muitas hipóteses de que uma das principais razões pelas quais os clientes usam sites de apostas offshore é porque eles oferecem uma gama de produtos mais ampla do que a disponível no território regulado. Os resultados do estudo reforçam esse ponto de vista. Limitar a escolha dos tipos de apostas onshore – incluindo ao vivo – é basicamente contraproducente”, afirmou.

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