Empresas de apostas querem trabalhar com o governo para desenvolver setor, afirma IBJR

Para o presidente do IBJR, o que dá a emoção ao esporte e às apostas é a imprevisibilidade.
Para o presidente do IBJR, o que dá a emoção ao esporte e às apostas é a imprevisibilidade.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, as empresas do setor são as que mais querem que acabem os esquemas de manipulação de resultados.

A manipulação de resultados é a principal preocupação de todos os profissionais que trabalham com esportes no Brasil. Atitudes vêm sendo tomadas para evitar fraudes no esporte nacional, entre elas é possível destacar os casos de irregularidades sendo investigados pelo Ministério Público de Goiás e a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis suspeitas de manipulação em partidas do futebol brasileiro.

Com o processo de regulamentação das apostas esportivas e outros jogos de azar em curso no país, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. As entidades globais de integridade do esporte trabalham em parceria com o governo para indicar indícios de atividades suspeitas.

Mas não são só essas entidades e o governo que estão interessados em combater esse problema. As empresas de apostas são as mais interessadas nisso, como esclarece André Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), em artigo publicado no jornal O Tempo de Minas Gerais.

“Pouca gente sabe, mas, para proteger a competitividade, as empresas do setor de apostas atuam juntas para garanti-la. Afinal, a imprevisibilidade é o que faz com que as pessoas se interessem por qualquer competição. Ou seja, sem integridade não há risco. Sem risco, não há aposta“, afirma Gelfi.

Como muitas vezes o manipulação dos eventos esportivos não são do resultado final e, sim, de partes específicas de uma partida, no caso do futebol, como escanteios, cartões ou pênaltis, existem propostas no Brasil para proibir apostas nessas situações.

Porém, para o diretor-presidente do IBJR, essa é uma estratégia errada. “A proibição dessas categorias em alguns países não surtiu efeito em coibir as manipulações, porque num mundo globalizado os criminosos acabavam por fazer a mesma aposta em outros locais do planeta. Ou seja, o problema continuou a existir“, explica.

Uma opção melhor do que proibições, na visão do representante do IBJR, é buscar parcerias com instituições internacionais que buscam proteger a integridade esportiva, a exemplo do International Betting Integrity Association (IBIA), empresa da Bélgica que monitora operações de apostas em mais de 45 países.

“A aproximação da IBIA dos ministérios da Fazenda e do Esporte, intermediada pelo IBJR, indica um bom início de caminhada para a criação de uma legislação robusta e a efetiva integridade das competições de todas as modalidades. A IBIA pode ajudar o Brasil a criar e adaptar parâmetros e preceitos já aplicados em mercados bem-sucedidos mundo afora“, concluiu Gelfi.

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Apostas esportivas Indústria de jogos Regulamentação do jogo