Brasileiros investem sete vezes mais em apostas do que na bolsa de valores, segundo Anbima
22% dos apostadores consideram o iGaming um tipo de investimento.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados (Anbima) publicou a sétima edição do Raio X do Investidor Brasileiro, uma pesquisa anual, realizada em parceria com o Datafolha, que busca traçar o perfil financeiro dos brasileiros. O destaque do relatório mais recente é a presença das apostas esportivas e jogos online como uma forma de investimento, de acordo com os entrevistados pelo levantamento.
A pesquisa da Anbima apresenta dados referentes a 2023, tendo sido entrevistadas 5.814 pessoas de todas as regiões do país, com grupos etários indo de adolescentes de 16 anos economicamente ativos até os aposentados.
O levantamento observou que 14% dos entrevistados usa aplicativos de apostas esportivas, um número consideravelmente superior aos 2% que investiram em ações, 5% em títulos privados e 2% em títulos públicos.
Dos apostadores, 40% consideram que os jogos de azar online são uma forma de ganhar dinheiro rápido para momentos de necessidade. 22% consideram o iGaming como um investimento, enquanto 26% veem os jogos como uma forma de diversão.
A maior parte dos apostadores é composta por homens jovens, segundo a pesquisa. A “Geração Z”, pessoas que têm entre 16 e 27 anos, foi a que mais teve contato com o iGaming, com 29% tendo afirmado já ter apostado. 18% da “Geração Y ou Millenials”, composta por pessoas dos 28 aos 42 anos, declarou ter feito apostas.
Aquiles Mosca, presidente do comitê de educação de investidores da Anbima, declarou que na visão dele a diferença entre os investimentos em ações e em apostas esportivas se deve à maior familiaridade com o esporte pelo brasileiro. “Muitos desses apostadores acreditam que dominam o assunto ‘futebol’ e se sentem confiantes para apostar. Esse viés de familiaridade é muito difícil no universo dos investimentos“, disse.
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