Bolsa Família em apostas: deputado apresenta projeto que proíbe o uso da conta do benefício
PL foi proposto pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) apresentou um projeto que proíbe a utilização de cartões de crédito e contas bancárias vinculadas ao Bolsa Família em apostas online.
Segundo publicação do UOL, o deputado justificou que as apostas online geraram um grande número de viciados. Reginaldo Lopes destacou que uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostrou que 30% dos apostadores utilizaram dinheiro destinado a despesas importantes para jogar.
O parlamentar também afirmou que as apostas estão provocando problemas de saúde mental e sobrecarregando o SUS. De acordo com o Banco Central, as famílias de baixa renda são as que mais realizam apostas online.
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As apostas são mais populares que os investimentos no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Mercado, 14% da população (aproximadamente 22 milhões de pessoas) fez pelo menos uma aposta online em 2023. O único investimento que supera as apostas é a poupança, com 25%.
Apoio de Haddad e dos banqueiros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) já expressaram apoio à restrição do uso de cartões de crédito e à adoção de critérios mais rigorosos para apostas.
Beneficiários do Bolsa Família gastam mais de R$ 100 com apostas online
Segundo dados de uma pesquisa promovida pelo Datafolha, 17% das pessoas que são beneficiadas pelo Programa Bolsa Família já fizeram ou fazem apostas esportivas online. Desse grupo, 30% revelou gastar mais de R$100 (USD 18) por mês com a prática.
Ainda de acordo com o estudo, 60% dos apostadores que são beneficiários do programa de transferência de renda afirmam realizar apostas que ultrapassam R$ 50 (USD 9) mensais. No mês de dezembro, o Bolsa Família destinou uma média de R$ 680,61 a mais de 21 milhões de famílias.
O levantamento foi realizado em 5 de dezembro de 2023, abrangendo 2.004 entrevistas presenciais em 135 municípios, envolvendo indivíduos com 16 anos ou mais, representando todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.