Servidores da Secretaria de Apostas são contra a migração para o Ministério do Esporte

Servidores não querem migrar para o Ministério do Esporte, que agora é comandado por André Fufuca do grupo do Centrão (Imagem: Câmara dos Deputados)
Servidores não querem migrar para o Ministério do Esporte, que agora é comandado por André Fufuca do grupo do Centrão (Imagem: Câmara dos Deputados)

Os funcionários, que atualmente atuam no Ministério da Fazenda, não desejam a transferência para a pasta que será comandada pelo “Centrão”.

Brasília.- Os servidores da Secretaria de Apostas afirmam que não são a favor da proposta do Centrão de transferir a pasta do Ministério da Fazenda para o Esporte sob a direção do deputado federal e futuro ministro, André Fufuca (PP-MA). Eles não têm a intenção de se envolver na discussão da regulamentação das apostas esportivas se forem obrigados a deixar a pasta, o que poderia resultar em um reinício do processo de tramitação.

De acordo com matéria da Folha de São Paulo, os funcionários estão preocupados com a possibilidade de que o esforço atualmente dedicado à regulação das apostas esportivas, incluindo o envolvimento da Polícia Federal e do Coaf, seja substituído por uma abordagem mais permissiva com a intervenção do Centrão.

Essa preocupação já foi transmitida aos operadores do mercado de apostas, que entraram em contato com o Ministério da Fazenda. O receio é de que o conhecimento adquirido e os acordos estabelecidos entre o governo e o setor privado possam ser perdidos com a transferência do órgão. Um exemplo disso é José Francisco Manssur, assessor da Fazenda, que lidera as discussões e cuja continuidade é incerta.

A futura secretaria será responsável por administrar os recursos das apostas esportivas no Brasil (conhecidas como “bets”) e prevê a criação de 65 cargos. Embora ainda não tenha sido formalmente estabelecida, vários funcionários da Fazenda e de outras pastas já estão liderando as discussões e devem ser integrados ao órgão assim que ele for criado.

No Ministério do Esporte, existem 121 cargos, uma estrutura considerada insuficiente, mesmo com a incorporação da secretaria, para lidar com um assunto complexo, delicado e sujeito a influências externas, que o governo calcula gerar uma receita anual de aproximadamente R$ 2 bilhões. No mercado, há estimativas de que o potencial de receita possa chegar a valores entre R$ 6 bilhões e R$ 12 bilhões.

Além disso, a abrangência da secretaria pode aumentar ainda mais, dependendo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dos principais responsáveis pela nomeação de Fufuca. Lira expressou sua intenção de incluir a regulamentação dos cassinos online (jogos de azar virtuais, geralmente nos próprios sites de apostas), atualmente proibidos no Brasil, no projeto de lei de apostas esportivas que deve ser votado nesta semana.

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