Segundo o Banco Central, brasileiros gastaram mais de R$ 54 bilhões com apostas em 2023

O crescimento do volume de dinheiro envolvido com as apostas esportivas é 12 vezes superior ao ano de 2022.
O crescimento do volume de dinheiro envolvido com as apostas esportivas é 12 vezes superior ao ano de 2022.

Dados divulgados pelo BC contemplam o período de janeiro a novembro.

O Banco Central do Brasil divulgou números de valores repassados para o exterior provenientes de brasileiros que fizeram entradas em casas de apostas. De janeiro a novembro de 2023, foram cerca de US$ 11,1 bilhões, o que dá mais de R$ 54 bilhões em apostas esportivas e jogos de cassino online. Essa quantia é 12 vezes superior à movimentação desse setor no mesmo período em 2022, quando foram destinados por volta de R$ 4,5 bilhões.

De acordo com a apuração da Folha de S. Paulo, dos valores que saíram do país em 2023, aproximadamente R$ 34,5 bilhões retornaram como prêmios aos apostadores que foram bem-sucedidos. Os números são ainda mais impressionantes se comparados a outras setores econômicos, como “serviços culturais, pessoais e recreativos”, que tiveram o mesmo volume do ano anterior, ou seja, crescimento nominal zero.

Com a sanção, pelo presidente Lula, em 30 de dezembro, da Lei Nº 14790/23, que regulamenta as apostas esportivas no território brasileiro, essa quantidade de dinheiro que saiu do país tende a ficar por aqui, já que uma das obrigações impostas às casas de apostas para operarem no Brasil é que tenham uma sede em território nacional.

A aprovação da lei aconteceu com vetos em relação aos impostos cobrados sobre o lucro dos apostadores. Caso os vetos sejam mantidos, o governo espera arrecadar por volta de R$ 2,4 bilhões com a taxação das casas de apostas e cerca de R$ 5 bilhões com o imposto de renda dos jogadores. Além disso, as operadoras precisam pagar uma outorga no valor de R$ 30 milhões, o que renderia R$ 4 bilhões para o governo, se as 134 empresas que manifestaram interesse de fato paguem pela licença.

Neste artigo:
Apostas esportivas Indústria de jogos