Restrições a patrocínios de casas de postas podem custar até R$ 400 milhões aos clubes
Proposta de emenda incluída no relatório da Comissão de Esportes gerou incômodo aos clubes do Brasil.
A emenda 38-U inserida no relatório aprovado pela Comissão de Esportes (CEsp) do Senado Federal sobre a regulamentação das casas de apostas no Brasil pode causar um prejuízo de até R$ 400 milhões aos clubes . Isso porque a emenda, proposta pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), veta a publicidade de apostas de quota-fixa “em arenas esportivas e/ou por intermédio de patrocínio a equipes e campeonatos, entre outros”.
O valor da possível perda financeira, caso a emenda seja aprovada e integrada a lei 3.626/2023, é de estimativas do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), divulgada pelo site Máquina do Esporte. Segundo o presidente do IBJR, Andrei Gelfi, “é um dinheiro que deixará de existir para os clubes e que tem um peso importante nas séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Se a emenda for aprovada, o cobertor ficará mais curto para a maioria das equipes”, avaliou.
Vale lembrar que em 10 de novembro, 38 clubes de futebol da Série A e B do Campeonato Brasileiro emitiram uma nota conjunta como forma de manifestar a desaprovação da emenda de Nº 38-U. A nota afirmou que esses vetos se desviam do foco de regulamentar a modalidade das apostas, além representar um risco à principal fonte de receitas do futebol brasileiro.
Logo no dia seguinte, 11 de novembro, o senador Jorge Kajuru, vice-presidente da CEsp, enviou uma nota aos presidentes dos clubes informando que ele e o senador Angelo Coronel (PSD-BA) serão responsáveis pela relatoria final e pelo voto decisivo sobre o Projeto de Lei.
No comunicado, Kajuru afirmou que foi acordado que o patrocínio das casas de apostas continuará presente na publicidade, sem restrições de horários nos meios de comunicação. Além disso, a veiculação de publicidade nas camisas de clubes de futebol com contratos com casas de apostas também será mantida.