Manipulação de jogos online: senador defende CPI para investigar plataformas de iGaming

Já existem duas CPIs investigando temas relacionados a apostas esportivas no Senado. (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)
Já existem duas CPIs investigando temas relacionados a apostas esportivas no Senado. (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

Para Zequinha Marinho, os custos sociais do vício superam os benefícios econômicos.

Brasília.- O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a manipulação de jogos e apostas esportivas. O parlamentar manifestou o apoio à proposta durante pronunciamento no Plenário do Senado Federal, na terça-feira (29).

Segundo a Agência Senado, Zequinha falou sobre problemas sociais causados por sites de apostas. Ele usou ainda como argumento a pesquisa divulgada pelo Banco Central (BC) de que supostamente beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões (USD 530 milhões) via Pix para empresas de apostas esportivas no mês de agosto deste ano.

Esses dados são questionados por outros levantamentos publicados recentemente, além do próprio BC admitir que pode ter cometido erros na elaboração da pesquisa.

“A gente não pode fechar os olhos para um campo que está completamente minado de problemas e dificuldades, envolvendo gente de todas as classes sociais, principalmente famílias carentes que veem nas bets, no jogo, na aposta uma oportunidade para ganhar dinheiro, o que não ocorre. Pelo contrário, estão perdendo dinheiro”, declarou Zequinha.

“Essa CPI é muito importante para investigar a crescente influência dos jogos virtuais de apostas online no orçamento das famílias brasileiras, além da possível associação com organizações criminosas envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro, bem como o uso de influenciadores digitais na promoção e divulgação dessas atividades”, complementou o senador.

Ainda segundo a Agência Senado, o parlamentar criticou ainda o projeto de legalização de cassinos e outros estabelecimentos de jogos de azar. Para Zequinha, os custos sociais do vício superam os benefícios econômicos.

“Se os cassinos já apresentavam um risco às famílias brasileiras, piores são as bets, que hoje estão nas mãos dos brasileiros. Lamentavelmente, esse problema do vício está tomando proporção de uma verdadeira epidemia”, disse o senador.

“O Brasil já lidera o ranking mundial ou global de visitas a sites de apostas. O mercado local é estimado entre R$ 100 bilhões e R$ 130 bilhões por ano, o que convence novas empresas predadoras a investirem no endividamento de nossas famílias”, finaliza Marinho.

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