Governo acrescentou itens à MP das apostas após notícias de manipulação no futebol

Manipulações de resultados motivaram Fazenda a acrescentar inciso sobre prevenção desses casos.
Manipulações de resultados motivaram Fazenda a acrescentar inciso sobre prevenção desses casos.

Texto da medida provisória que regulamenta as apostas esportivos foi ampliado após os casos de manipulação de resultados de jogos do Campeonato Brasileiro virem à tona.

Brasília.- No dia 25 de julho de 2023, foi publicada a Medida Provisória (MP) 1182/23, que regulamenta as apostas esportivas no Brasil. Mas até chegar no texto final que foi publicado no Diário Oficial da União, o documento passou por modificações, duas delas motivadas pelos escândalos de manipulação de resultados no futebol brasileiro.

De acordo com o que apurou o jornal Metrópoles, um documento interno do Ministério da Fazenda, assinado no dia 5 de julho, indicou que dois itens foram acrescentados à proposta final da MP devido às investigações dos casos de manipulação. As modificações foram feita para fortalecer os mecanismos de fiscalização do Ministério. O documento foi assinado pela assessora especial do ministro Fernando Haddad, Fernanda Cimbra Santiago.

O documento relata que um dos itens inseridos na proposta final foi o de exigir que as casas de apostas reportem “eventos suspeitos de manipulação ao Ministério da Fazenda no prazo de cinco dias úteis, contando a partir do momento em que o agente operador tomou conhecimento do evento suspeito”.

Segundo o documento, a instituição levou em consideração “os recentes episódios de manipulação de resultados em apostas esportivas”. O Ministério inseriu também um inciso que concede poderes para “determinar a suspensão ou proibição de apostas em eventos intercorrentes e/ou específicos, ocorridos durante a prova ou partida, que não o prognóstico específico do resultado final”.

O relatório da Fazenda cita o trabalho da Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie), que aponta que os casos suspeitos representam “10 a 20% do volume de negócios gerais das apostas esportivas regulamentadas”. A proibição dessas modalidades teria grande impacto no setor, privilegiando apenas os sites não regulamentados.

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Apostas esportivas Indústria de jogos Regulamentação do jogo