CPI das Apostas Esportivas aprova plano de trabalho para investigar manipulação; John Textor será convocado

O presidente da CPI, Jorge Kajuru, e o relator, Romário (Foto: Edilson Rodrigues-Agência Senado)
O presidente da CPI, Jorge Kajuru, e o relator, Romário (Foto: Edilson Rodrigues-Agência Senado)

Comissão Parlamentar de Inquérito aprovou 32 requerimentos, inclusive depoimentos.

Brasília.- A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas aprovou o plano de trabalho apresentado pelo relator, senador Romário, em reunião nesta quarta-feira (17). Foram aprovados 32 requerimentos, incluindo convites para depoimentos e pedidos de compartilhamento de informações. Um dos convites aprovados foi para o empresário John Textor, dono do Botafogo, que fez denúncias de manipulação de resultados no futebol. Ele deve comparecer à CPI na próxima segunda-feira (22), às 15h.

De acordo com a Agência Senado, o plano da CPI das Apostas Esportivas, segundo o relator, envolve a coleta de depoimentos e compartilhamento de provas para identificar estruturas criminosas por trás da manipulação de resultados. O senador Romário pretende solicitar o compartilhamento de dados da Câmara dos Deputados sobre o assunto e também busca identificar lacunas legislativas para propor projetos de lei que caracterizem crimes e previnam sua ocorrência.

A CPI das Apostas Esportivas também tem como objetivo sugerir medidas de fiscalização para combater os crimes identificados e propor o indiciamento de pessoas físicas, além de sugerir punições a empresas, se necessário. De acordo com o plano de trabalho de Romário, a comissão planeja encerrar suas atividades até outubro.

Veja também: Membros da CPI das Apostas Esportivas no Senado são definidos

Romário citou uma pesquisa da consultoria Ernest & Young que indica que a indústria do futebol movimenta mais de R$ 57 bilhões por ano no Brasil. Ele destacou que o futebol faz parte da cultura brasileira, mas alertou para seu lado obscuro, como casos crescentes de manipulação de resultados. Romário enfatizou a necessidade de fiscalização para proteger o esporte, afirmando que “nossa principal modalidade esportiva livre de corrupção e manipulações”.

“O futebol é mais que uma paixão nacional brasileira. Sua importância social, política e econômica ultrapassa fronteiras e mobiliza dezenas de milhões de torcedores. A seleção escalada para participar desta CPI é de senadores determinados a descobrir a podridão que existe no nosso futebol. Juntos, vamos conseguir dar uma grande resposta à sociedade”, declarou Romário, segundo Agência Senado.

O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru, destacou a paixão pelo futebol dos integrantes da comissão, incluindo o sucesso de Romário como jogador, a experiência de Eduardo Girão como dirigente de time e seu próprio histórico de mais de três décadas como jornalista esportivo. Ele destacou a gravidade das denúncias envolvendo diversos setores do futebol e ressaltou o papel da CPI como instrumento de fiscalização do Congresso. Apesar dos possíveis obstáculos, Kajuru expressou confiança no apoio da torcida, das entidades esportivas e dos órgãos de fiscalização.

“Esta CPI, não tenho nenhuma dúvida, fará história. Pra ficar na linguagem do futebol, não vai terminar em zero a zero. Ao fim dessa CPI, o Brasil será mais capaz de enfrentar a corrupção no futebol e, assim, manter a credibilidade do futebol, que é uma das maiores manifestações culturais do país. Que Deus nos ilumine!”, declarou.

Neste artigo:
Apostas esportivas Brasil CPI Indústria de jogos Jurídico Senado