CPI das Apostas: Betano e Bet365 foram as empresas mais prejudicadas com manipulação de resultados

Promotores do Ministério Público de Goiás são ouvidos na CPI (Foto: Jefferson Rudy- Agência Senado)
Promotores do Ministério Público de Goiás são ouvidos na CPI (Foto: Jefferson Rudy- Agência Senado)

Empresas foram citadas durante depoimento de membros da do Ministério Público de Goiás, que participam da operação Penalidade Máxima.

Brasília.- Durante depoimento na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado, nesta terça-feira (11), membros do Ministério Público de Goiás, que participam das investigações da Operação Penalidade Máxima, afirmaram que as casas de apostas são as maiores vítimas dos esquemas de manipulação. As empresas mais prejudicadas pelos crimes foram a Bet365 e a Betano.

De acordo com procurador-geral do MP-GO, Cyro Terra Peres, mesmo com o prejuízo, as empresas de apostas são “vítimas desinteressadas, provavelmente porque já consideram embutidas no custo do negócio as possíveis perdas nesses casos”, declarou. O membro do MP sugeriu a criação de uma regra que obrigue as operadoras de apostas a comunicar às autoridades sobre movimentações suspeitas.

O promotor Fernando Cesconetto, que também foi ouvido, relatou que em apenas uma rodada, os apostadores lucraram R$ 712 mil manipulando cinco jogos, prejudicando uma casa esportiva que não denunciou as irregularidades, apesar das perdas. Questionados pelo relator, os promotores mencionaram a Bet365 e a Betano como as empresas mais afetadas pelas manipulações investigadas.

Conforme a Agência Senado, ao ser questionado por Romário sobre a melhor estrutura para combater esse tipo de crime, Cyro Peres afirmou que a capilaridade e a proximidade que os Ministérios Públicos e as polícias dos estados têm com os fatos são portas de entrada de informação muito importantes. Ele acredita, no entanto, que o Brasil deveria ter, a exemplo de outros países, uma plataforma nacional para reprimir esse tipo de conduta.

“Eu creio que se nós criássemos, como já existe em outros países, uma espécie de plataforma nacional que permitisse detectar, reprimir e punir esse tipo de fato, com Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda, Ministérios Públicos, Polícia Federal, Polícia Civil e as entidades esportivas, isso faria com que a informação fluísse de uma maneira rápida e chegasse às autoridades com capacidade de apuração”, sugeriu.

O promotor Cesconetto complementou defendendo que o Brasil se associe à Convenção de Macolin, entidade que combate a manipulação de resultados esportivos, criada pela comunidade europeia, e que já tem a participação de mais de 60 países.

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