Associações do setor de apostas publicam “carta aberta” em defesa da regulamentação e proteção aos consumidores

Carta foi lançada por cinco instituições do mercado de apostas
Carta foi lançada por cinco instituições do mercado de apostas

Manifestação pública acontece diante de críticas sobre consumo e dívidas atribuídas ao setor de apostas.

Operadoras de apostas no Brasil, representadas por cinco organizações do setor, lançaram uma “carta aberta à nação” para se defenderem de críticas, especialmente as que associam o aumento do endividamento da população ao consumo de apostas.

Conforme reportagem publicada pleo O Globo, as entidades afirmam que o Brasil vive um “momento histórico” com a regulamentação da indústria de apostas, mas que alguns setores econômicos têm manifestado “preocupações precipitadas” sobre os impactos desses serviços de entretenimento na população.

O documento, embora não cite diretamente nenhuma empresa, responde a várias delas. Um exemplo é a PwC Brasil, que recentemente estimou que pessoas de baixa renda destinam 1,38% do orçamento familiar para apostas, dado contestado na “carta aberta”.

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Em agosto, economistas do Itaú estimaram que os brasileiros perderam R$ 23,9 bilhões em apostas em um ano. Em junho, o Santander também alertou para uma possível ligação entre o crescimento das apostas e a queda nas vendas no varejo.

Há três semanas, o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, declarou que o crescimento das apostas é preocupante e tem o potencial de “esvaziar a geladeira dos brasileiros”.

Em sua defesa, as empresas de apostas afirmam querer “manifestar o seu compromisso com a proteção dos consumidores, a transparência e o combate a quaisquer práticas nocivas”. As empresas de apostas esclarecem que o público consumidor principal é de classe média (B e C), e não de baixa renda, como apontado no estudo da PwC Brasil.

“Pessoas mais vulneráveis financeiramente, ainda que estejam presentes no universo de apostadores, representam ínfima parcela”, afirma a mensagem.

Para contestar a relação entre apostas e queda no consumo, as empresas citam dados recentes do IBGE que mostram um aumento no consumo familiar: 1,3% a mais no trimestre atual em comparação ao início do ano e 4,9% acima do mesmo período de 2023.

“Os brasileiros não estão deixando de consumir para apostar”, afirma a carta.

As associações signatárias da “carta aberta à nação” incluem:

  • Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL): Organizou a mobilização.
  • Associação Internacional de Gaming (AiGaming).
  • Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie).
  • Associação em Defesa da Integridade, Direitos e Deveres nos Jogos e Apostas (Adeja).
  • Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL): Também participa do grupo.

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