Operadoras de apostas esportivas investem R$ 30 milhões nos campeonatos estaduais
Casas de apostas estiveram presentes em placas publicitárias, naming rights e outras ações de marketing.
As operadoras de apostas esportivas estão cada vez mais presentes no futebol brasileiro. Dos 60 clubes que disputarão as Séries A, B e C de 2024 do Brasileirão, 39 têm sites de apostas como seus principais patrocinadores. Esse número representa 68% do total. Levando em consideração as demais equipes da Série D e sem divisão nacional, essa quantidade é ainda maior.
Essa forte presença das bets ficou ainda mais evidente durante os campeonatos estaduais deste ano. Segundo levantamento publicado pelo Uol, as casas de apostas investiram cerca de R$ 30 milhões nessas competições locais. As marcas desse setor estiveram no patrocínios aos torneios, placas de publicidade, naming rights e outras ações de marketing. Os valores são ainda superiores se for colocado na conta as bonificações que as equipes campeãs devem receber pelos títulos conquistados.
Tomando-se como exemplo o Campeonato Paulista masculino, foram cinco empresas do seguimento de jogos de azar patrocinando a competição: Betano, Esportes da Sorte, Novibet, Pixbet e Sportingbet. Esse mesmo torneio, na modalidade feminina, tem o apoio da Esportes da Sorte.
“Ter uma marca atrelada a uma federação como a Paulista, com toda sua representatividade e grandeza no cenário nacional, nos coloca num patamar acima não apenas de relacionamento e exposição, mas também transparência e credibilidade”, declarou Darwin Henrique da Silva Filho, CEO do Esportes da Sorte. A empresa já chegou a possuir os naming rights da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha, que também é organizada pela Federação Paulista de Futebol.
No Campeonato Mineiro deste ano, também houve cinco plataformas de jogos de azar como patrocinadoras: Betano, Betnacional, MCGames.bet, Rei do Pitaco e Superbet. No Rio de Janeiro, os naming rights da competição pertenceram à Betnacional e teve ainda a Superbet como parceira.
No Rio Grande do Sul e em outros estaduais que possuem representantes na primeira divisão nacional tiveram, ao menos, uma operadora de apostas como parceria. Isso aconteceu, inclusive, com outros estaduais sem clubes na Série A, como o de Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo e Pará.
“O fenômeno das apostas esportivas não tem precedentes no mercado de patrocínios esportivos e novos padrões foram criados. A existência de vários anunciantes de um mesmo segmento em uma propriedade costuma diminuir muito a efetividade do espaço em questão”, disse à redação do Uol, Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
“Mas é preciso levar em conta que tal mercado está nas vésperas da regulamentação e estar presente nas principais propriedades do esporte e marcar posição pode ser chave para os planos futuros quando o mercado tende a se estabilizar”, complementou Martinho.
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