Fazenda participa de audiência no Congresso sobre possível privatização das loterias da Caixa
Debate foi promovido pela Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.
Brasília.- A preocupação com uma possível transferência das loterias da Caixa Econômica Federal (CEF) para uma subsidiária e uma eventual privatização dos jogos lotéricos motivaram a realização de uma audiência pública na Câmara dos Deputados. A Comissão de Administração e Serviço Público (Casp) do Congresso realizou um debate sobre esse tema nesta quarta-feira (3).
O requerimento da realização da audiência foi feita pelos deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Tadeu Veneri (PT-PR). Os parlamentares questionam a motivação da transferência da gerência dos jogos lotéricos, já que consideram que a Caixa administra as loterias federais há cerca de 60 anos de forma exitosa e contestam a necessidade de transferir as loterias para uma subsidiária. Também há questionamentos sobre a legalidade e o impacto socioeconômico que isso poderia gerar, já que a CEF é uma das maiores patrocinadoras de causas sociais e do esporte no país.
Entre os convidados presentes na discussão, estiveram a secretária adjunta de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Simone Vicentini, a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT, Juvandia Moreira Leite, e o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da CEF (Fenae), Sérgio Takemoto.
Também participaram o jornalista Luís Nassif, a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados da CEF, Fabiana Uehara, o vice-presidente da Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (Febralot), Ricardo Amado Costa, e o presidente do Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatário do Distrito Federal e Entorno, Antônio Simoneto.
Os parlamentares lembraram que um dos jogos lotéricos, que foi administrado pela Caixa, a loteria instantânea Lotex, chegou a ser privatizado durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Na ocasião, a própria Caixa foi desautorizada a participar do leilão. A empresa privada que recebeu o direito da operação não o pôs em prática e essa modalidade lotérica passou sete anos sem funcionar e o governo federal ficou todo esse tempo sem arrecadação proveniente dessa fonte.
Kokay e Veneri, na justificativa para realizar a audiência, acusam a gestão anterior da Caixa, que foi chefiada por Rita Serrano, de ter deixado a autarquia não operacional com o objetivo de encerrar as atividades das Loterias Caixa.
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