À CPI das Apostas, presidente do Patrocinense expressa suspeitas sobre gols, mas afirma aguardar a investigação
Dirigente prestou depoimento nesta quarta-feira (10).
Brasília.- Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o presidente do Clube Atlético Patrocinense, Roberto Avatar, mencionou dois gols “estranhos” na derrota para o Inter de Limeira em 1º de junho. Ele isentou a diretoria do clube de responsabilidade e pediu uma investigação para identificar possíveis irregularidades e culpados.
Conforme noticiadom pela Agência Senado, a oitiva de Roberto Avatar foi solicitada pelo senador Jorge Kajuru, presidente da CPI, devido à suspeita de manipulação na partida em que o Patrocinense perdeu por 3 a 0 para o Inter de Limeira. A Polícia Federal está investigando o jogo com base em um relatório da empresa Sportradar, encaminhado pela CBF.
Avatar salientou que a administração do Patrocinense é pautada pela estrita lisura, motivo pelo qual, no dia seguinte à partida de resultado suspeito, o clube rompeu o contrato com a Air Golden.
“Muitas pessoas me diziam que eu era louco, porque no contrato tem uma multa de 500 salários mínimos. Para quem foi rebaixado no campeonato mineiro igual a nós […], 800 mil é muito dinheiro, mas, acima de tudo, é a honestidade do clube que estava em jogo”.
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O senador Romário, relator da CPI, mencionou um volume anormal de apostas prevendo que o Patrocinense sofreria dois ou mais gols no primeiro tempo. Ele exibiu um vídeo sobre a derrota do clube. Roberto Avatar, que assistiu ao jogo, achou o primeiro e terceiro gol “estranhos”, mas não pôde confirmar se foram irregulares.
“Não estou falando que tem algo, que aconteceu algo, porque isso é a investigação que vai provar. Que seja provado para que os culpados paguem e o Clube Atlético Patrocinense seja inocentado dessa causa. […] Se alguém for culpado, que seja pego, que seja condenado e que seja excluído do futebol brasileiro, porque nós já passamos por muitos perrengues”.
Roberto Avatar informou que teve contato com Anderson Ibrahim por apenas cinco dias, entre a renúncia do presidente Ronaldo Corrêa e a rescisão do contrato com a Air Golden. Ele acrescentou que a Air Golden, como gestora do futebol, encerrou suas atividades no Patrocinense sem pagar os salários dos jogadores de maio.
“Eu já propus várias vezes [aos jogadores] montarem uma comissão, e a gente entrar com um processo contra a empresa, para eles receberem os salários, e até hoje ninguém quis se pronunciar sobre isso”.
Romário também mostrou surpresa com o relato de Roberto Avatar sobre o jogador que marcou um gol contra na partida investigada e, dois dias depois, deixou o Patrocinense.