CPI das Apostas Esportivas ouve integrantes do Ministério Público de Goiás

Promotores do MP de Goiás depõem na CPI da Manipulação de Resultados. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Promotores do MP de Goiás depõem na CPI da Manipulação de Resultados. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Membros do MP sugeriram a criação de uma plataforma para combate à manipulação de resultados.

Brasília.- A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas ouviu, nesta terça-feira (11), membros do Ministério Público de Goiás (MP-GO) que participaram da Operação Penalidade Máxima, que investiga casos de jogos manipulados por fraude em apostas. Os requerimentos para a audiência foram apresentados pelos senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Romário (PL-RJ), respectivamente presidente e relator da CPI.

Foram ao Senado Federal, o procurador-geral do MP-GO, Cyro Terra Peres, e o promotor Fernando Martins Cesconetto, que é membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com a Agência Senado, Peres afirmou que a proximidade entre os Ministérios Públicos e as polícias dos estados têm ajudado a investigar os casos suspeitos de manipulação, mas que, na visão dele, o Brasil deveria ter uma plataforma nacional para reprimir as práticas criminosas, como existe em outros países.

“Eu creio que se nós criássemos uma espécie de plataforma nacional que permitisse detectar, reprimir e punir esse tipo de fato, com Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda, Ministérios Públicos, Polícia Federal, Polícia Civil e as entidades esportivas, isso faria com que a informação fluísse de uma maneira rápida e chegasse às autoridades com capacidade de apuração”, disse o procurador-geral.

O promotor Fernando Cesconetto complementou ao defender que o Brasil se associe à Convenção de Macolin, entidade que combate a manipulação de resultados esportivos, criada pela comunidade europeia, e que já tem a participação de mais de 60 países.

Sobre as casas de apostas, os promotores deixaram claro que elas são vítimas dos esquemas de manipulação e que as empresas que mais perderam com os crimes, segundo as investigações do MP, foram a Bet365 e a Betano.

Mesmo com o prejuízo, Cyro Peres explica que essas empresas são “vítimas desinteressadas, provavelmente porque já consideram embutidas no custo do negócio as possíveis perdas nesses casos”. O membro do MP sugere a criação de uma regra que obrigue as operadoras de apostas a comunicar às autoridades sobre movimentações suspeitas.

O senador Kajuru apresentou requerimentos, que foram aprovados pela comissão, para que sejam ouvidos Lane Gaviolle e Getúlio Marques Castilho, os presidentes, respectivamente, do Tombense Futebol Clube e do Londrina Esporte Clube, times de futebol que foram citados no relatório da Sportradar sobre movimentações suspeitas no Brasil.  

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