Para especialistas, regulamentação das apostas deve afetar patrocínios a times brasileiros
Tendência é que empresas diversifiquem investimentos para áreas além do futebol.
Atualmente as empresas de apostas esportivas são as principais patrocinadores do futebol brasileiro, dominando os espaços nas camisas das equipes, obtendo naming rights de competições e até de estádios de futebol no país. Porém, de acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal O Globo, essa tendência pode diminuir nos próximos anos com a regulamentação do setor de iGames no Brasil.
Para os analistas do setor, os valores elevados de patrocínios atuais, principalmente na Série A do Campeonato Brasileiro, devem-se ao elevado número de empresas e a forte concorrência entre elas. Porém a regulamentação deve reduzir a quantidade de companhias dessa indústria.
“Qualquer mercado regulado passa a ter custos, impostos e deveres. Isso tende a fazer com que a derrama de dinheiro que acontece agora termine. Estava meio ‘rouba-monte’. Nos últimos seis meses, isso já diminuiu. Ao mesmo tempo, a regulamentação tende a atrair outros players“, afirmou a O Globo, Ivan Martinho, professor de marketing esportivo do Ibmec.
O CEO da operadora de apostas galera.bet, Marcos Sabiá, disse ao jornal que a exposição da marca em uniformes de futebol segue sendo um investimento importante para a empresa, mas que a companhia pretende diversificar mais a presença da empresa além do futebol. “A regulamentação exclui as empresas menos preparadas, sem estrutura de marketing robusta, que não fazem gestão da marca pensando no longo prazo”, declarou o executivo.
O especialista em negócios do esporte, Rodrigo Capelo, também analisou a situação das bets enquanto apoiadoras do futebol no país. “A regulamentação tende a afastar muitas empresas, por conta de uma série de exigências e do valor de outorga. Quando o mercado ficar menor, a tendência é que o dinheiro a ser colocado em publicidade seja reduzido. Os clubes, atletas, mídias, todos devem se preparar para isso. Desde meados do ano passado, já se conversa sobre isso”, explicou.
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